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  • Foto do escritorDr. Francisco Aníbal

Tendência a quelóide? Veja como a cirurgia plástica pode ajudar

Atualizado: 18 de abr. de 2021

A tendência a quelóide incomoda você?

Já se sabe que, além de estético, o prejuízo do quelóide é também funcional.


Sendo assim, você sabia que a cirurgia plástica tem poder para reconstruir e amenizar as marcas derivadas de cicatrizes queloidianas?


No artigo de hoje, vim esclarecer as principais questões em torno do quelóide com enfoque para o seu tratamento cirúrgico.


Acompanhe os tópicos seguintes!



Tendência a quelóide significa o quê, afinal?

É comum ouvirmos que “tal pessoa tem tendência a (formar) quelóides”. Tecnicamente, isso significa que há uma tendência anormal na regeneração dos tecidos dessa pessoa. Explicando de um jeito mais simples, o quelóide é uma cicatriz que permanece na pele depois que um ferimento foi curado.


Trago aqui mais uma boa definição para o problema: “quelóide é um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia de pele” , segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.


Compreender como o quelóide acontece nos ajuda a avaliar melhor e optar por uma forma adequada de tratá-lo.


Cicatriz quelóide e cicatriz hipertrófica são a mesma coisa?


Não, há algumas diferenças entre cicatriz quelóide e cicatriz hipertrófica. Mas, devido às muitas semelhanças, em geral são mencionadas como sinônimos para facilitar o entendimento.


A grosso modo, a cicatriz hipertrófica é uma cicatriz elevada, enquanto que a cicatriz queloidiana é um crescimento excessivo da cicatriz, para além dos limites da ferida que lhe deu origem.


Esses dois tipos de cicatrizes se desenvolvem habitualmente em feridas com alta tensão da pele e no tronco superior. Além disso, elas têm o metabolismo excessivo de colágeno disfuncional como característica comum.


Tanto uma como outra podem ser tratadas através da cirurgia plástica.

Pessoas com pele mais pigmentada têm maior tendência a quelóide?

Sim. As pessoas de pele mais pigmentada têm 15 vezes mais chance de desenvolver quelóide do que pessoas de pele mais clara. A cicatrização dessas últimas costuma ser melhor, via de regra.


Além disso, ficou comprovado que o excesso de colágeno e de fibra elástica presente em peles com mais pigmento favorece o aparecimento de cicatrizes hipertróficas e quelóides.

Cirurgias plásticas contribuem para a formação de quelóides?


Não. Pode acontecer, mas é um equívoco supor que é a cirurgia plástica em si que dá causa ao quelóide. Na maioria dos casos, a cirurgia trata o problema. Estatisticamente, apenas 5 a 15% das feridas cirúrgicas resultam em quelóides.


Isso porque, se uma pessoa tem tendência a quelóides, seja qual for a lesão que sofra, essa lesão poderá levar ao seu aparecimento. Desde um corte simples até uma acne ou queimadura.


Mesmo em casos de tendência comprovada, a cirurgia evoluiu para amenizar a aparência e incidência desse tipo de cicatrização problemática.


E, por falar em evolução cirúrgica, aproveito para lembrar que esse processo é contínuo.


Cada vez mais, há avanços no tratamento cirúrgico do quelóide, conforme mostram estudos que analisam a capacidade de manipulação da estrutura genética das células e a manipulação do processo de cicatrização anormal de feridas.


O quelóide pode se formar após a realização de uma tatuagem ou de um piercing?


Sim. Quem tem tendência a quelóide pode desenvolvê-lo por conta de uma perfuração de piercing ou pelas feridas advindas de tatuagens. Como comentado, não existe uma forma exata de prever, mas qualquer tipo de lesão pode dar origem ao problema.


O quelóide representa risco à saúde?


Não e sim...rs


Veja bem: a princípio, trata-se de uma alteração benigna, apesar do desequilíbrio na regeneração de tecidos que ocorre para sua formação.


Mas, em alguns casos, o quelóide pode dar origem a um tumor maligno (câncer). Por esse motivo, o tratamento do quelóide é uma atitude preventiva muito recomendada.


Quanto à ocorrência, não existem dados que comprovem maior incidência de quelóide em homens ou em mulheres. Pode aparecer em ambos os sexos. O gênero não interfere, mas há influência de fatores genéticos e até mesmo étnicos.


O que são quelóides espontâneos?


Quelóides espontâneos são aqueles que se formam em pessoas que não feriram a pele.


Eles surgem de uma hora para outra, mesmo sem a presença de uma lesão no corpo.


Por isso, nem sempre o aparecimento de quelóides é resultado de uma intervenção. Mas vale ressaltar: são casos raros em que isso acontece.



Quem tem quelóide sofre algum sintoma imediato?


É possível que sim. Há casos de pacientes que se queixam de dores, coceira e queimação no entorno da cicatriz. Se o local afetado for muito específico, pode limitar ou gerar dor na movimentação.

Além da questão física, a depender da localização, o quelóide pode causar extremo desconforto psicológico a quem o “carrega na pele”.


Cicatrizes no rosto e nas regiões mais visíveis do corpo, por exemplo, costumam ser muito angustiantes para o paciente.


Assim, a questão psicológica é uma das maiores motivações relatadas por quem busca a cirurgia plástica como tratamento.


O quelóide removido pode reaparecer?


Sim. Há uma tendência ao retorno do quelóide.


Por isso, durante a cirurgia de retirada, é comum utilizar-se de técnicas e medicamentos de controle coordenados com curativos compressivos e oclusivos.


Além disso, como a ciência ainda não avançou para conceber um único e definitivo tratamento que dê conta do quelóide, as intervenções pós-cirúrgicas são indispensáveis para otimizar resultados.


É também preciso abordar a questão psicológica como interferência nesse processo. Estudos apontam que o estresse pode colaborar para a recorrência dos quelóides.


Um artigo publicado no Journal of Psychosomatic Research investigou a recorrência pós-operatória de quelóides.


O grupo avaliado que apresentou recorrência de quelóide teve os maiores valores no quesito “respostas galvânicas máximas na pele” (GSR) durante uma situação estressante. A chance de recorrência aumentou 34% a cada aumento de 1000 unidades arbitrárias no GSR máximo durante o estresse.


Assim, sem prejuízo de outras evidências analisadas, ficou comprovado que o estresse psicológico tem muita influência nas respostas do corpo.



Como a cirurgia plástica pode tratar quelóides indesejados?

As cicatrizes queloidianas são removidas cuidadosamente pelo cirurgião, em um processo operatório esforçado para evitar a tensão na pele. Geralmente, a alta hospitalar acontece no mesmo dia.


Após a retirada, você deverá ser encaminhado para a estrônica terapia. Trata-se de uma espécie de radioterapia que tem como objetivo destruir as células responsáveis pelo surgimento do quelóide.


Em um contexto no qual a cicatriz queloidiana dificulta a movimentação, o tratamento complementar também cumpre a função de ajudar a recuperar a mobilidade.


A cicatrização anormal no quelóide acontece de forma isolada?


A cicatrização anormal não acontece de forma isolada. Há um histórico pessoal e familiar que deve ser investigado e levado em conta pelo cirurgião.


Essa investigação é importante para personalizar e potencializar o tratamento. Ou seja, colabora para que seja traçado um pré e pós-operatórios adequados.


Tomar sol prejudica na prevenção ao quelóide?


Sim. Principalmente no período de formação da cicatriz é importante evitar a exposição ao sol. Além disso, o uso de protetor solar também ajuda a não comprometer a lesão.


Aqui, é necessário prestar atenção à tonalidade da cicatriz. Quando a cicatriz queloidiana se iguala ao tom de pele, a exposição ao sol se torna menos nociva.


Para terminar...


Os desafios em lidar e conviver com a tendência a quelóide são grandes. Diante deles, a cirurgia plástica surge como uma grande aliada.


A decisão pelo tratamento fica sempre a cargo do paciente, mas é fundamental buscar informações e a avaliação de um médico especialista para verificação do caso clínico apresentado.


Como última recomendação, aconselho que você analise criteriosamente a experiência e reputação do profissional que irá cuidar do seu quelóide. Assegure-se de que irá se submeter a uma cirurgia plástica segura. E, caso precise de orientação para realizar essa análise, acesse este conteúdo.


Se este artigo tiver sido útil para você, acompanhe as próximas postagens por aqui e as novidades em nossa rede social.


Eu e a equipe da AESTHETICS estamos sempre à disposição para esclarecer dúvidas sobre cirurgias plásticas, transplante capilar e assuntos médicos relacionados. Basta entrar em contato.



Dr. Francisco Aníbal Passos de Brito - Cirurgião Plástico - CRM: 11.137 / RQE: 6.311


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